Filosofia
Somos os filhos do medo
Somos os filhos do medo; nosso parceiro em vários momentos da vida, constituidor de nosso caráter e de nosso modo de agir. Junto com o amor, o medo está na origem de nossa relação com o mundo.
Crime e pecado
O papa Francisco não é um conservador casca-grossa nem um revolucionário diletante. Gosto de concebê-lo como uma sorte de “visionário”, no bom sentido da palavra. Sem querer deixar tudo como está, tampouco vai chutar o pau da barraca católica;
O corpo não nos engana
O imperativo do agir é o corpo. Devemos fundar uma ética baseada nas sensações. Não há ação sem substrato físico, o que significa que nenhum comportamento é possível sem que estejamos encarnados. Fora do corpo não há vida. E fora da vida não há sensações.
Pintar garrafas
Um dos aspectos mais intrigantes de nossa percepção visual é fundar-se sobre algo absolutamente invisível: o espaço. Nossa visão se restringe a objetos espaciais e sabemos o que é a espacialidade em que as coisas repousam e se deslocam; jamais percebemos, todavia, o próprio espaço em que isso acontece.
A razão é a melhoria do corpo
Não somos velozes, não enxergamos bem no escuro, não temos genial olfato, não voamos como aves ou como muitas espécies de insetos, somos limitados em nossa capacidade de nadar e, afinal, não somos tão ferozes como tantas outras espécies de seres vivos que habitam nosso planeta.
E se tudo for sonho?
Há acontecimentos que nos parecem de tal maneira inacreditáveis e surreais, como se ultrapassando o senso de realidade, que para exprimi-los justamente costumamos recorrer ao aspecto de nossa experiência que, embora bem real, flerta com a irrealidade: a atividade onírica.
O pensamento e as cidades
Tem gente que gosta de silêncio, tem quem busca o agito; uns apreciam a tranquilidade do interior profundo, outros necessitam do estímulo das capitais. O meio exerce uma influência importante sobre o nosso humor, nossos afetos e expectativas.
Um Natal repleto de amor
Existimos através do amor, e sem ele nada somos. Nascemos pelo amor de uma mãe e pelo seu desejo somo constituídos. Ser humano é ser amado e amar, simultaneamente.
A razão é o enfrentamento do desejo
A razão é o enfrentamento do desejo. Egoístas que somos, desejamos sem medida e com coragem. Para atingir os objetivos — e os objetos — de nosso desejo, nos permitimos tudo. Ao encontrarmo-nos com um poder sem limites, perdemos as rédeas e ultrapassamos todas as velocidades.
O tempo
“Estou sem tempo.” “Tenho tempo de sobra.” Nada mais banal que essas frases ditas e ouvidas a todo momento. Ainda assim, quem consegue definir isso que lhe falta ou lhe sobra? Possivelmente, ninguém. É sobre tal situação esdrúxula — sermos incapazes de exprimir o o-que-é de algo que corriqueiramente acreditamos conhecer e de que falamos sem parar — que Santo Agostinho (354-430) nos convida a refletir.