Por Ronaldo Campos

Escrever não é uma tarefa fácil! É preciso conhecer e dominar as regras da linguagem escrita, compreender o contexto em que será produzido o texto, adequar o gênero discursivo etc. Em outras palavras, é necessário dispor de um conhecimento mínimo sobre as diversas funções socioculturais da atividade de escrever. E são essas diversas funções — o autor do texto, o público-alvo, o contexto de produção (político, social, cultural etc.) e os meios pelos quais irá circular — que definem qual será o resultado final.

E como é que se aprende tudo isso? Escrevendo! Claro que não me oponho e até acho necessárias as oficinas de redação, os manuais de redação etc., mas, no fundo, o caminho é individual. A boa notícia no meio de tudo isso é que a escrita é um hábito, e como todo hábito, é por meio da prática que se aprende. Assim como no processo de aprendizado para andar de bicicleta, a escrita requer treino e mais treino. É caindo e se levantando, sendo amparado por alguém ou pelas duas rodinhas fixadas na roda de trás da bicicleta que se adquirem confiança e equilíbrio para seguir sozinho o percurso.

O que nunca podemos perder de vista é que a palavra, seja ela escrita ou falada, nos torna humanos. É ela que nos diferencia dos demais seres vivos, e reconhecer a linguagem como uma atividade humana significa dar a ela a devida dimensão da nossa relação com o mundo. A palavra nos identifica e permite que nomeemos tudo que está a nossa volta, ou seja, ela é a responsável pelas categorias mentais e ao mesmo tempo consente que nos relacionemos com a realidade em que estamos inseridos. A palavra está na base de nossos questionamentos e indagações sobre como o mundo se organiza e como nos relacionamos com ele e com as pessoas com as quais convivemos.

Como a palavra nos confere identidade, estamos a todo instante sendo analisados e avaliados. Toda vez que falamos, participamos de um diálogo permanente com o outro, em que a nossa performance é constantemente avaliada. Julgamos e somos julgados a partir do uso que fazemos da palavra falada e/ou escrita. Porém, mais do que a palavra falada, a palavra escrita é para os fortes!

Como diz a professora Emília Amaral, escrever requer dois atos: um deles é a coragem e o outro é a cidadania; coragem por estar aberto às críticas e elogios pela tomada de posicionamento perante a vida e os outros; coragem pelo registro e liberação da fala interna; coragem pelo exercício de autoconhecimento; e cidadania pela defesa de uma visão de mundo que permite a cada cidadão ocupar um espaço definido na sociedade. Como bem resume o escritor Murilo Mendes: “Escrevo para me tornar visível”.

É por tudo isso e muito mais que dou os parabéns a todos os participantes do Projeto Escrita 2021! Vocês são jovens valentes, incríveis e corajosos que enfrentaram o desafio proposto, isto é, desenvolver um texto, em qualquer gênero, de até 30 linhas sobre o tema Ética no mundo digital: possibilidades e utopias.

Como em todas as edições anteriores, recebemos textos maravilhosos de alunos de diversos estados brasileiros. Não foi fácil escolher aqueles que melhor representaram a proposta do Projeto Escrita 2021. Mas, como de costume, lemos com muito carinho e atenção todos os textos enviados por vocês e analisamos, ponto a ponto, cada mínimo detalhe.

Portanto, é com muita alegria e satisfação que comunico os cinco alunos vencedores do Projeto Escrita 2021:

1º lugar: MATIAS PEREIRA MARTINS
Colégio Pedro II – Campus Niterói | Niterói/RJ
Recebe o prêmio de R$ 2.000,00, mais um Kindle.
Clique aqui para acessar o texto.

2º lugar: ISADORA SORVE ROSA COSTA
Colégio Pedro II | Rio de Janeiro/RJ
Recebe o prêmio de R$ 1.000,00, mais um Kindle.
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3° lugar: GABRIEL VENDRAMIN DE QUADROS
Escola de Educação Básica Cedrense | São José do Cedro/SC
Recebe o prêmio de R$ 500,00, mais um Kindle.
Clique aqui para acessar o texto.

4° lugar: KAMILLY VITÓRIA LUZ DOS SANTOS
Colégio Estadual Tancredo Neves | Santa Maria/RS
Recebe um Kindle.
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5º lugar: MARIA APARECIDA DA SILVA AQUINO
Colégio Pedro II – Campus Centro | Rio de Janeiro/RJ
Recebe um Kindle.
Clique aqui para acessar o texto.

Agradeço a participação de todos os alunos, das professoras e dos professores e, claro, um agradecimento especial à BESNI — patrocinadora da INSPIRE-C e do Projeto Escrita.

Grande abraço a todos,
Ronaldo Campos

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