Miniensaios de Filosofia
Somos os filhos do medo
Somos os filhos do medo; nosso parceiro em vários momentos da vida, constituidor de nosso caráter e de nosso modo de agir. Junto com o amor, o medo está na origem de nossa relação com o mundo.
O corpo não nos engana
O imperativo do agir é o corpo. Devemos fundar uma ética baseada nas sensações. Não há ação sem substrato físico, o que significa que nenhum comportamento é possível sem que estejamos encarnados. Fora do corpo não há vida. E fora da vida não há sensações.
A razão é a melhoria do corpo
Não somos velozes, não enxergamos bem no escuro, não temos genial olfato, não voamos como aves ou como muitas espécies de insetos, somos limitados em nossa capacidade de nadar e, afinal, não somos tão ferozes como tantas outras espécies de seres vivos que habitam nosso planeta.
Um Natal repleto de amor
Existimos através do amor, e sem ele nada somos. Nascemos pelo amor de uma mãe e pelo seu desejo somo constituídos. Ser humano é ser amado e amar, simultaneamente.
A razão é o enfrentamento do desejo
A razão é o enfrentamento do desejo. Egoístas que somos, desejamos sem medida e com coragem. Para atingir os objetivos — e os objetos — de nosso desejo, nos permitimos tudo. Ao encontrarmo-nos com um poder sem limites, perdemos as rédeas e ultrapassamos todas as velocidades.
Desejar é ligar-se ao corpo
Desejar é ligar-se ao corpo. Desejamos com o corpo e apenas através do corpo nos realizamos. E tudo que sentimos só nos é permitido sentir porque vivemos encarnados na matéria, em uma vida imanente e telúrica. Nada sentimos ou desejamos fora desta realidade.
O futuro não é incerto
Morrer é o detino implacável de todo ser humano. E a finalidade última de tudo aquilo que perece. Antes de termos nascido para amar, correr, voar e sentir saudades, nós nascemos para morrer.
Esperança é viver do avesso
Esperança é viver do avesso. É considerar que há uma vida apesar da morte. E é pensar que há uma vida em relação à morte. Porque vida e morte são dimensões de uma mesma coisa. Mas, a partir da morte, podemos encarar a esperança de viver de dois modos singulares e completamente distintos.
Quem tem medo do futuro?
O medo é resultado da dúvida; produto de nosso desconhecimento sobre todas as coisas que nos cercam; sumo de um desconhecimento que é mais profundo ainda: o desconhecimento sobre nós mesmos.
Todos os seres possuem uma função natural
Ensinavam os filósofos gregos que o fim último da ética é a eudaimonia. O famoso conceito grego define nossa busca pelo Supremo Bem — em outras palavras, por uma vida orientada pelas ações que sejam em si mesmas boas.