Por Gustavo de Oliveira

No vasto campo em que a música eletrônica se estabelece e se desenvolve, existe um subgênero especial pela sua sonoridade e por sua história de origem fascinante. Conhecido como chiptune, ele tem origem na manipulação de sons gerados por chips de computador, consoles de videogame e outras variações dessas matérias-primas. É um tipo de expressão sonora que mantém laços estreitos com a cultura dos videogames.

Para entender o chiptune, precisamos voltar até os primeiros anos de desenvolvimento de jogos. Nos anos 1970 e 1980, os consoles não possuíam os recursos sonoros diversos e sofisticados que existem hoje. Em vez disso, os sons eram gerados por chips de áudio simples, muitas vezes com capacidade limitada. Esses chips eram projetados originalmente para produzir efeitos sonoros básicos e acabaram se tornando os instrumentos de um novo estilo musical.

Os primeiros experimentos com chiptune são do início da década de 1980, quando músicos começaram a explorar as possibilidades dos sons produzidos pelos chips de videogame e computador. Utilizando linguagens de programação específicas, como Assembly e Basic, eles conseguiram extrair melodias e ritmos cativantes dos dispositivos de áudio dos consoles e computadores da época.

Um marco significativo na história do chiptune foi a popularização do Commodore 64, um computador doméstico lançado em 1982. Equipado com o chip de som SID (Sound Interface Device), o Commodore 64 permitiu que músicos explorassem uma variedade de timbres e efeitos sonoros, expandindo as fronteiras do gênero.

O chiptune surgiu em um momento crucial na história dos videogames, quando a indústria estava em rápida expansão e os jogos eletrônicos começaram a se tornar uma forma de entretenimento mainstream. Nos anos seguintes, o chiptune continuou a evoluir, influenciando uma variedade de gêneros musicais, desde o pop até o hip-hop e o rock. Além disso, o chiptune encontrou um lar na cena da música eletrônica underground, em que é reconhecido por sua autenticidade e sua capacidade de evocar uma sensação de nostalgia e escapismo.

O chiptune continua a inspirar uma nova geração de músicos e artistas, que reconhecem seu potencial criativo e sua capacidade de desafiar as convenções musicais tradicionais. À medida que a tecnologia avança e os videogames se tornam cada vez mais sofisticados, o chiptune permanece como uma lembrança viva dos primórdios da era digital, uma celebração da criatividade humana e da magia dos bits e bytes.

 

Confira aqui uma performance ao vivo.

 


Gustavo de Oliveira
Graduando em Jornalismo pelo Centro Universitário Carioca e técnico em administração. Redator desde 2018 com experiência em música e jogos.

Foto de capa: Frankie Cordoba/Unsplash
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