Tiago Silva Reis (@tiago_ tiago_poesiafunkstyle)
Ainda sinto o cheiro fedido do cerol fino e a sua textura cortando meus dedos
Lembranças das mãos, que lavei as mãos, sangrando da minha própria vida
Me veio a poesia da minha irmã de luta Juliana
Pipa!
Pipa era da hora!
Que também subiu, aí é foda…
Quantas prosas e histórias parecidas vindas do mesmo lugar
Quanta coisa boa com coisa ruim, né?
Tentemos romantizar
Vesti meu coração com uma couraça!
Empapelada e resistente apenas ao meu peso
Minhas vistas agora são transcendentes, não mais a esmo
O verde e os corpos se entrelaçam,
Brincam, pulam, jongueiam
Reverberam um pluriverso outrora inexistente
Mas calma! Aqui só entra se for da gente
Daqui de dentro vejo minha atual cor favorita
E em cada movimento, a cada rosto que se embaraça junto a ela
Posso sentir aquela brisa
Daquelas cantigas, que só ela sabia
Meu mundo virou de ponta-cabeça
Ubatuba, último dia, no olhar daquela tia de pele preta com a aquela touquinha
É você, Dona Martinha?
Pedi a sua bênção
Me deu um sorriso e disse:
— Estou te vendo, obrigado, tenho orgulho de você!
Mas não devolvi
E ali dancei, do tipo ramelei
Não sei o que está acontecendo, acho que estou me matando
Pode ser bom, quem saiba eu renasça apaixonado
Neste exato momento estou chorando
De saudade, de dor, de um amor que nunca foi declarado!
Tenho muito me esforçado!
Pra ver além da porta
E com toda a minha honestidade e sinceridade
Desculpa por não ter sorrido de volta.