é palavra, som, sentido
tocando meu eu sustenido
insiste me fazer escrever
dançar pelo rir e sofrer

artista, em tanto que sobra
da crise à última obra,
o que sou entreato e agora

e dói sentir muito assim
fogo longínquo ardendo em mim
imprimo a mordida no peito
mantenho o quedar do fardo rarefeito

forma de vida sem fôrma
ou lugar onde aperte e transborde
meu corpo transparece a desforra

que o sapato do calo é a arte
a mesma que a alma retoma
afirmação do que falo e reflito
infinitude instável na qual acredito

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