Assumo.
Não estou em lugar algum
há rachaduras de fronte apática,
sou feita do castanho-avermelhado
aveludado avô morto
em algum espaço

Não há lugar
Para a pressão desabar até a cabeça
salga o betume no olhar por vir
sem lugar
para cronicidade, atemporalidade
vibra enxaqueca corpo todo

Não há específico algum.
Não há horas
não, há horas
não há tempo
não. Há um tempo
não há dinheiro que comporte
não há palavra sintética de ideia
rastejar de pensamento
tempestade de mente
interesse de vagar

sinto efêmera, se é possível estar,
sem começo nem fim
porque não há

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