Por Anderson Borges Costa

Você já parou para pensar sobre como surgiram a vida, os planetas, o sol, as plantas, os animais, os seres humanos, o universo? Uma teoria científica propõe que a vida entre nós seja resultado da composição da atmosfera e de condições de calor em seus primeiros bilhões de anos de existência. Também tem uma parte da ciência que sugere que a vida no planeta Terra surgiu da água, e que os seres primitivos foram as bactérias, algas e microrganismos. Para explicar a origem do universo, a teoria mais aceita diz que ele surgiu a partir da expansão repentina e violenta que provocou uma enorme explosão, chamada de Big Bang. Para os religiosos, antes de os mundos serem criados, havia só escuridão. Aí Deus olhou aquele breu e disse: “Haja luz!”. Mas tem um poeta, chamado José Alaercio Zamuner, que propõe que tudo começou com um ponto. Um ponto final. Um ponto, afinal. Um fino ponto azul. Um redondo ponto inicial. Somos uma bolinha, um bolo de comida cuja receita é uma porção de histórias e de reflexões. Tudo isso cabe em um livro de poemas, que acabou de ser lançado no universo, intitulado Um ponto azul.

Neste livro o universo acontece em versos. Mas os versos existem também em prosa. Alaercio é um poeta prosador, um contador de histórias que rimam, que têm cores e que fazem muito barulho. Os versos em Um ponto azul soltam música, soltam cheiros, soltam insetos, flores, pássaros e voam alto para poemas que falam que o ponto azul é um arco-íris composto de cores como o guitarrista Jimi Hendrix, a banda Titãs, o poeta João Cabral de Melo Neto, a plantação de arroz e as de frutas, a agricultura, a filosofia, o teatro, a astrologia, a ciência e a consciência.

Ao ler os poemas de José Alaercio Zamuner, a gente engole tanta informação que é quase impossível não se perguntar com surpresa: como é que cabe tanta coisa em um ponto azul tão apertadinho? É assim mesmo: esse ponto final é só o início de um aperto que se liberta em versos de um universo que nós podemos chamar de lar. Um ponto azul mostra que a nossa vida inteira cabe em um verso que começa com o alvorecer e termina quando você conseguir ver um montão de estrelas na página.

Boas leituras!

Um ponto azul, José Alaercio Zamuner
Editora Archangelus

 

 


Anderson Borges Costa
Formado e pós-graduado em Letras (Português/Inglês/Alemão) pela Universidade de São Paulo. Professor de Português e Literatura na Escola Internacional St. Nicholas. Escritor, autor dos romances Professoras, Rua Direita e Avenida Paulista, 22, do livro de contos O livro que não escrevi e de peças teatrais.

Foto capa: NASA
Foto mídia: Arquivo do autor
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