Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
Existimos através do amor, e sem ele nada somos. Nascemos pelo amor de uma mãe e pelo seu desejo somos constituídos. Ser humano é ser amado e amar, simultaneamente.
É no amor incondicional de uma mulher que aprendemos a amar. Nascemos sem consciência, mas não desprovidos dos sentidos. No olhar da mãe nos vemos. E nos conhecemos, através deste espelho: amor refletido pelo olhar, presente pelo toque. Aprendemos que somos importantes para alguém e que devemos nos cuidar para honrar seu afeto. Desenvolvemos o amor pelo outro como forma de retribuição. Amamos para sermos amados.
Depois de um tempo existindo, aprendemos a amar nossa parceira ou parceiro, nossos amigos e nossos filhos. Procuramos estudar, trabalhar e construir coisas para cuidar cada vez mais e melhor daqueles que amamos. Algo que fazemos sem esperar retribuição objetiva, tal qual aprendemos de nossas mães, pois, afinal, o amor não é troca. Não abandonamos o amor, e o amor não nos deixa. E por causa dele geramos outras existências.
Quando completamos este ciclo e o compreendemos, em sincronia com quem nos cerca, passamos a entender o amor pela existência. E não apenas amamos a vida, mas amamos amá-la.
Feliz Natal!
Miniensaios de Filosofia, volume: Amor, Existência & Morte, capítulo XXIII, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
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