Por Marcella Erédia e Natasha Lima
As comédias românticas compõem um dos gêneros mais populares e democráticos do cinema, e não é para menos. São histórias leves e divertidas que, quando bem contadas, caem facilmente no gosto do público. Apesar dos clichês, muitas cenas tornaram-se ícones da cultura pop e fazem parte do imaginário de homens e mulheres apaixonados.
No Brasil, as histórias de amor conquistaram popularidade durante o século XX, com a criação dos programas de rádio e, posteriormente, das novelas. No entanto, somente no período de pós-retomada do cinema nacional, a partir dos anos 2000, as comédias românticas ganharam força e se tornaram recordes de bilheteria.
Nesta edição do Cine Sofá, trazemos dois filmes que se destacam nesse gênero e foram produzidos nesse período: Lisbela e o Prisioneiro (2003), uma história de amor cheia de aventuras e reviravoltas; e O Homem do Futuro (2011), que une romance, aventura e ficção científica.
Aproveite a oportunidade para conhecer, ou revisitar, duas histórias encantadoras e cheias de referências à cultura brasileira. Com tanta variedade, independentemente da sua escolha, a diversão é garantida!
Lisbela e o Prisioneiro (2003)
Diretor: Guel Arraes
Elenco: Selton Mello (Leléu), Débora Falabella (Lisbela), Virginia Cavendish (Inaura), Marco Nanini (Frederico Evandro) e Bruno Garcia (Douglas)
Disponível no YouTube e no Google Play
Essa comédia romântica homenageia, ao mesmo tempo, as pequenas cidades do Nordeste brasileiro e os grandes clássicos do cinema hollywoodiano. Como isso é possível? Pelo desenvolvimento de uma emocionante história de amor, no melhor estilo A Dama e o Vagabundo.
Lisbela é uma jovem sonhadora, apaixonada por cinema e filha do sargento da cidade. Ela está noiva de Douglas, um rapaz nascido no Nordeste, mas deslumbrado pela vida nas grandes metrópoles. Enquanto Lisbela ansiava por aventuras, Douglas só pensava em dar uns amassos. Por ironia do destino, ela acaba conhecendo Leléu, um comerciante e artista itinerante, cuja vida é imprevisível e cheia de emoções.
A história contém todos os ingredientes para um bom romance: vilões, mocinhos, anti-heróis, plot twists e protagonistas carismáticos. Muitas vezes, os eventos ocorridos na história são comparados a cenas de seriados como A Bela e a Fera, O Médico e o Monstro e outros sucessos dos anos 1940-1950.
O paralelo entre o cinema e os moradores de pequenas cidades interioranas não acontece por acaso. Guel Arraes, diretor e roteirista do filme, parece querer nos lembrar que as aventuras e histórias de amor também fazem parte do nosso cotidiano, independentemente das nossas origens.
O filme foi adaptado da peça de teatro e livro escritos por Osmar Lins na década de 1960 e, antes de ir para o cinema, ganhou uma versão para TV, também dirigida por Guel Arraes. Além do belíssimo trabalho de ambientação e fotografia, o longa conta com uma trilha sonora de peso, composta por artistas como Caetano Veloso, Zé Ramalho e Elza Soares.
Lisbela e o Prisioneiro é sempre lembrado como um dos maiores filmes do cinema nacional contemporâneo, sendo parada obrigatória para quem gosta de se divertir com uma boa história ou para quem pretende conhecer um pouco mais do nosso patrimônio cultural.
O Homem do Futuro (2011)
Diretor: Cláudio Torres
Elenco: Wagner Moura (João/Zero), Alinne Moraes (Helena), Gabriel Braga Nunes (Ricardo), Fernando Ceylão (Otávio/Panda), Maria Luisa Mendonça (Sandra)
Disponível no YouTube e na Netflix
João, mais conhecido como “Zero”, é um cientista brilhante, porém amargurado e solitário. Enquanto trabalha buscando uma nova fonte de energia, ele acaba inventando algo revolucionário: uma máquina do tempo. Seu sonho então se torna realidade: viajar 20 anos no passado e desfazer o momento em que foi ridicularizado pelo seu grande amor, a linda e encantadora Helena.
Com a ajuda de seu melhor amigo, Otávio, João consegue encontrar seu “eu” da juventude e interferir no destino. Ele só não esperava que reescrever o passado fosse afastá-lo de Helena. É preciso, então, lidar com as suas diferentes versões e encontrar uma maneira de acertar as coisas.
O filme é uma comédia romântica divertida, que fala de amor, arrependimento e maturidade. A cada vez que retorna àquele fatídico dia, Zero percebe que o preço que se paga por querer mudar o passado é muito alto e, no fim, as coisas são como realmente devem ser.
A produção conta com um elenco de peso, incluindo o ator Wagner Moura e a atriz Alinne Moraes, e é elogiada também pela trilha sonora. Ao som de Tempo Perdido, do Legião Urbana, o diretor Cláudio Torres celebra a juventude brasileira dos anos 1990 e toda a sensualidade e energia do rock and roll, em uma das cenas mais marcantes do filme.
O Homem do Futuro é, sem dúvida, um filme leve e divertido, com direito a efeitos visuais, clichês de comédias românticas e até cenas de ficção científica, à la De Volta para o Futuro. É entretenimento garantido para toda a família!