Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
Amor, Existência & Morte
Para ter convicção de que o amor está em toda parte basta ir às plataformas das estações ou aos saguões dos aeroportos. A saudade ou a despedida não são outra coisa que não o sinal de um amor que se quer por perto. E os braços abertos quando encontramos o amigo ou a amiga, antes distante, são a expressão da felicidade em encontrar a quem se ama.
Para aqueles que aguardam o momento de chegada ou de partida, há a certeza de que estão ali presentes e reunidos, nesses momentos de encontros ou despedidas, porque o amor os moveu. E porque continuaremos a nos mover em conjunto com aqueles que amamos. Por mais distantes que eles estejam.
Isto porque amamos concretamente. Porque amamos de modo profundo aqueles que conhecemos verdadeiramente. Porque queremos aqueles que amamos por perto, e porque permitimos e queremos que estejam misturados em nossas vidas.
Amar é encontrar o outro e com ele romper as fronteiras da vida. É ir do abstrato ao concreto, na realização de sonhos conjuntos. Por isso haverá sempre saudades quando os trens partirem. Por isso haverá soluços quando os aviões se forem. Por isso existe solidão ao fechar da porta, ao torcer das chaves. E por isso há tantos sorrisos quando se está de volta. No meio de todo embaraço, o amor é certeza.
Miniensaios de Filosofia, volume: Amor, Existência & Morte, capítulo XXIX, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
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