São Paulo é uma imensidão. Ao prezar pela nossa rotina, muito da cidade nos escapa e locais, espetáculos, livros, conversas, curiosidades e filmes podem trazer experiências novas e diferentes com o mundo. Aqui, neste recanto, compartilharei com vocês um pouco daquilo que encontro pela cidade.
Nesta edição, trago uma entrevista com o Núcleo Mirada, um grupo de mulheres que decidiu tomar um caminho diferente para a sua criação em dança contemporânea: juntas e de forma autogestionária. Apresento a vocês um texto sobre o que são empreendimentos solidários, tratando um pouco da responsabilidade e autoconfiança que eles demandam. Aproveito para contar um pouquinho da experiência que tive em uma incubadora desse tipo de empreendimento. Também aqui temos dicas de cursos gratuitos de empreendedorismo e algumas curiosidades. Que tal?
Mainá Santana, Sub-editora de Cultura
NÚCLEO MIRADA
Por Christiana Sarasidou, Karime Nivoloni, Liana Zakia e Raissa Cintra.
O Núcleo MIRADA surgiu em 2010 com o reencontro em São Paulo das artistas Carina Nagib, Elenita Queirós, Karime Nivoloni e Liana Zakia. Todas nós tínhamos em comum a trajetória pelo curso de Dança da Universidade Estadual de Campinas e atuávamos em trabalhos diversos. Por um desejo coletivo, decidimos criar espaços de encontro que pudéssemos compartilhar nossos anseios criativos e desenvolver nossos trabalhos coletivamente, ou seja, sem ser estimuladas ou dirigidas por outra “figura” que não nós mesmas.
Temos como princípio fundamental uma forma de organização não hierárquica em que se busca o consenso nas decisões e escolhas que envolvem o desenvolvimento de nossas pesquisas em dança. Nos processos, discutimos as inquietações que nos permeiam e dão corpo a um assunto comum; isso é trabalhado nos laboratórios de criação, buscando a qualidade de presença do encontro. Nesses espaços de compartilhamento, a condição primeira é a abertura para o repertório individual em relação ao assunto disparador e ao que ele reverbera. É nesse diálogo que emergem os apontamentos para as propostas de investigação da fisicalidade, dos impulsos de movimento e da dramaturgia. A busca por um possível modo de produção não hierárquico, de escuta, troca e soluções coletivas foi o fator motivador deste encontro, que se mantém vivo desde 2010.
Todas nós viemos de ensinos de dança formais, que já têm os seus códigos próprios e padrões preestabelecidos, e que produzem corpos habituados à reprodução e à repetição. Portanto, nem sempre fomos instigadas, nos processos de aprendizagem, a nos entendermos como corpo, como dança e como desejo criativo. Quando nos encontramos e escolhemos compor coletivamente, uma série de paradigmas já se romperam, e junto desse processo descobrimos caminhos que nem considerávamos possíveis, inclusive em termos coreográficos e dramatúrgicos.
Por outro lado, a relação que se estabelece em um coletivo não hierárquico lida o tempo inteiro com as diferentes expectativas, disponibilidades e formas de comprometimento variáveis. Isso, por vezes, gera desequilíbrios na realização das ações que compõem o cotidiano de trabalho. A prática da autogestão é tão prazerosa e libertadora quanto desafiadora e exigente, e, em termos de responsabilidades, pressupõe um comportamento proativo. Se por um lado esse exercício de democracia pode parecer difícil, por outro, trabalhar coletivamente promove uma prática dialógica pautada em ações nas quais cada indivíduo potencializa os outros e o todo.
As singularidades emergem, nutrem as relações criativas e transformam o todo em algo maior, diferente de quando o trabalho está submetido a um único olhar, a uma figura centralizadora, como coreógrafos, diretores ou diretores artísticos. Eles também podem promover experiências artísticas transformadoras, estabelecidas por provocações e procedimentos que instiguem o corpo no exercício do movimento, considerando o espaço de descoberta pessoal, de superação dos próprios limites e aquisição de novas habilidades. Talvez por termos passado por experiências desse caráter é que nos sentimos encorajadas a desbravar novos caminhos.
Confiar significa acreditar que somos capazes de algo. No nosso caso, capazes de criar estratégias, caminhos e formas não fixas. Buscamos um constante movimento crítico e reflexivo ao nos relacionarmos com nossos desejos como artistas da dança, com nossas produções e com os contextos de vida nos quais estamos inseridas.
Isso por si só é um grande desafio, considerando que todas as integrantes exercem outras funções profissionais, em outros espaços da cidade, tais como escolas, projetos, programas de formação, além de serem criadoras dentro do Núcleo. A realidade de um coletivo de dança independente traz intrinsecamente a questão da instabilidade financeira, o que determina, infelizmente, quanto podemos nos debruçar sobre nossas pesquisas.
Lá no início de nossa trajetória não tínhamos como objetivo principal viver de nossas produções, mas considerávamos que “sobreviver” de nossas produções seria consequência de um trabalho de longo prazo, realizado com toda a seriedade e competência. Portanto, importava mesmo o fato maior: que a qualidade dos nossos encontros fosse capaz de considerar todas as camadas pessoais das artistas com o maior respeito e escuta possíveis, e que nossa relação de cumplicidade se expandisse para nossos processos de criação, fortalecendo nossas ações poéticas.
Por se tratar então de um espaço de trabalho que se construiu a partir da ideia de que cada uma, ser artista autônoma, escolhesse estar, não pautada por qualquer forma de “obrigação”, as relações se configuraram fortemente por um lado afetivo, de confiança, amizade, corresponsabilidade, antes mesmo ou juntamente com o lado profissional. Isso vem gerando uma prática de constante reavaliação dos processos vividos, um exercício de nos questionarmos, de sermos honestas conosco, com as outras, de entender os diferentes momentos pelos quais temos passado, de ressignificar os porquês de ser, de revisitar, refletir para reorganizar.
Estar em coletivo nutre também o processo contrário. À medida que nos encontramos com nossos pares, que compartilhamos nossas questões, nos sentimos fortalecidas, mais capazes, mais potentes, mais confiantes. É como se pudéssemos construir um terreno de segurança, que apesar de não estável, mobiliza energias criativas, elaboração de pensamento, corpo, e que expande nossas capacidades de convivência. É muito prazeroso e gratificante poder trabalhar assim, e ainda, certamente, temos muito caminho para percorrer. Afinal, estamos a todo momento nos conhecendo, nos descobrindo, e tentando respeitar o que se refere às escolhas e momentos pessoais, que reverberam na coletividade e certamente a reconfiguram.
Criar dança. Nossos porquês têm a ver com processos artísticos que abrigam as tantas contradições desencadeadas pelos encontros da vida, permeados pelo desejo de criar, em dança. Cada uma de nós sustenta importância singular no coletivo e nos processos de elaboração, e essa relação, que se dá em colaboração, caracteriza a emergência de encontros únicos, que se desdobram na consolidação das relações entre nós. Isso reverbera na descoberta das singularidades, como acontecimento e obra, de cada processo vivido e suas resultantes criativas, inclusive do encontro com espectadores, e nos movem para possíveis redimensionamentos de nós mesmas, do coletivo, da criação e dos espaços onde atuamos.
O Núcleo MIRADA é um coletivo de pesquisa em dança contemporânea. Foi contemplado pelo Programa de Residência Artística “Obras em Construção” OngoingArtworkProjects, nas edições de 2011, 2012 e 2014 do Espaço Cultural Casa das Caldeiras, e em 2011 pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna — com o projeto Epifanias Urbanas em parceria com a Cia das Atrizes. Também foi contemplado em dois editais do Proac (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo) de criação em dança para a realização dos projetos Plataforma Cala e Resquícios Brutos. Os espetáculos circularam em cidades do interior e da Grande São Paulo. O Núcleo foi contemplado com a 18ª Edição da Lei de Fomento à Dança da Cidade de São Paulo com o projeto Rede Cala, desenvolvido no Centro de Referência da Dança de São Paulo (CRD-SP), onde atualmente é residente.
SERVIÇO
Residente no Centro de Residência da Dança da Cidade de São Paulo (CRD-SP)
Baixos do Viaduto do Chá, s/n – Galeria Formosa – Centro
Horário de funcionamento | De segunda a sexta, das 9h30 às 21h e sábados, das 10h às 20h30
E-mail | [email protected]
facebook.com/nucleomirada
@nucleomirada
RESPONSABILIDADE EM EXPERIÊNCIAS COLETIVAS
por Mainá Santana
Para confiar precisamos olhar primeiramente para nós mesmos. Sentir confiança no que se faz, independentemente de validação externa ou de manter um determinado modo de fazer, nos ajuda a evitar que caiamos na armadilha de diminuir a existência do outro para nos provarmos fortes. Afinal, não se pode confiar em quem julga o fazer alheio apenas para validar aquilo que é próprio. Confiar em si passa longe de firmar o seu discurso como única verdade a ser escutada e vivemos um momento em que a cultura ocidental questiona os paradigmas colocados, bem como as diversas maneiras de se relacionar. Estar atento a si, em especial nessa conjuntura, também é estar atento às mudanças rápidas que acontecem na sociedade dita pós-moderna.
Em nossa sociedade temos exemplos de diversos modos de trabalho coletivo, como os empreendimentos solidários. Estes compreendem empreendimentos permanentes organizados em cooperativas, associações, bancos, cujo espaço de decisão se propõe democrático, de modo a somar forças. Organizações em coletividade exigem a confiança de que cada um fará o que lhe toca, e é preciso confiar no outro e em si mesmo para dar conta de realizar o que precisa ser feito. Numa empresa, isso também está presente, mas adiciona-se o medo de perder o trabalho por uma demissão, entre outras regulamentações punitivas, cujos princípios foram organizados a partir de uma lógica preexistente.
Em coletividade, a frase “ninguém é insubstituível” perde a sua força. Cada sujeito é único e importante pelo que é, fato reconhecido e compartilhado por todos. Claro que as pessoas podem ir embora, mas essa é uma decisão tomada cautelosamente, não por causa de encargos e valores monetários, mas de afetos e sustentação do grupo como um todo. No que toca à partilha de resultados, ela é igualitária, o que traduz um pensamento contrário à lógica de superprodução e desgaste dos corpos, na qual se trabalha muito para ter pequenos extras que nem sempre correspondem ao montante de trabalho. A responsabilidade sobre o trabalho é básica e absolutamente do sujeito, trazendo à tona relações menos pautadas em culpa-inocência-medo e mais interessadas em responsabilidade-parceria-crença. Problemas que surgem geralmente são discutidos em grupo, para que ações de educação possam ser fomentadas. Isso não tem julgamento moral — as pessoas envolvidas não são boazinhas; é, sobretudo, um modo ético de resolução de problemas que opera em outra lógica. Aprendemos a nos relacionar primordialmente por meio da culpa ou da vitimização, e trocar esses parâmetros é realmente difícil. Quando eu não confio no outro, eu culpo; quando eu não confio em mim mesmo, eu me vitimizo e assumo a culpa. São lados de uma moeda que todos nós carregamos e estamos sujeitos a usar. Estudar e se autoconhecer para confiar é a demanda de trabalho extra.
Os cargos, se presentes, não estão ligados a uma pessoa; é um posto a ser ocupado e geralmente com uma periodicidade definida, possibilitando alternância. Cada empreendimento tem seu regimento interno e este pode ser alterado de acordo com as necessidades do grupo, partindo das sugestões dos indivíduos. Você deve estar se perguntando: se há a possibilidade de cargos, qual a diferença entre empreendimentos solidários e empresas? Por mais que existam alguns postos que sugiram hierarquias (encarregados ou presidentes), as informações sobre o funcionamento da iniciativa, assim como sobre as ações das pessoas ocupando tais postos, são sempre comunicadas aos membros da cooperativa em assembleia, por meio de prestação de contas. A assembleia também é onde as pessoas exercem o seu poder de decisão sobre o trabalho e sobre o modo de gerir a cooperativa, tendo em vista que o empreendimento pertence a todos os membros. A ideia de que o dono da produção é um trabalhador e o trabalhador é um dos donos da produção coloca os participantes como sócios igualitários, de modo que a não consciência de pertencimento e insatisfações pessoais não revertidas em questões para a coletividade geram problemas estruturais: por isso investe-se na educação. É possível traçar um paralelo ao bem público; mas me parece que não estamos, de maneira geral, dispostos a entendê-lo como de todos e sim como “de ninguém”.
Uma curiosidade é que em muitos coletivos o voto, que consideramos de maneira geral bastante democrático, é geralmente a última opção nos processos decisórios, justamente pela possibilidade de insatisfação de quem votou contra a figura ou ação eleita. Quando os empreendimentos solidários tomam proporções maiores, o consenso leva diversas assembleias e um tempo considerável para a tomada das decisões importantes. Isso, além de cansativo para os membros, pode comprometer a viabilidade do coletivo, tendo em vista que eles geralmente se relacionam com outras empresas contratantes ou com clientes em geral. Nesses casos, várias possibilidades vêm sendo estudadas ao longo dos anos e um exemplo é a eleição de membros coordenadores, encarregados ou gestores. Ainda que esses tomem decisões menores, as ordens e instruções sempre vêm do coletivo, por meio de diretrizes compartilhadas por todos. Quando problemas mais complexos surgem, há a necessidade do chamamento de assembleia. Ainda assim, as dificuldades continuam surgindo, especialmente no que tange à entrega do poder de decisão dos sócios para os seus representantes, devido ao grande trabalho que é exercer a prática democrática.
A formação democrática dos membros é uma preocupação constante e há muito material disponível sobre o assunto, com metodologias e relatos de caso. No país existem diversas Incubadoras de Empreendimentos Solidários, geralmente vinculadas às universidades públicas, que disponibilizam não apenas material para estudo, como contribuem para a implantação e implementação de empreendimentos. Pude conhecer o trabalho de uma dessas Incubadoras, estagiando na meta de Cultura da, na época, INCOOP/UFSCar e, hoje, Núcleo Multidisciplinar e Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária da Universidade Federal de São Carlos (NuMI EcoSol/UFSCar). O trabalho de professores, alunos e técnicos de diversos departamentos (Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Enfermagem, Engenharia Civil, Engenharia de Materiais, Letras, Pedagogia, Psicologia, entre outros) dava a amplitude necessária de áreas de conhecimento humano para a realização de um trabalho sólido, incubando empreendimentos solidários de várias atividades econômicas, como limpeza, alimentação, costura, marcenaria, entre outros. A Incubadora, formada por equipes de professores, estagiários, técnicos e voluntários, contribuiu para a criação e consolidação de ao menos 16 empreendimentos solidários na região de São Carlos. Também atuava como agente de articulação com o poder público, em busca de afinar e criar cadeias produtivas em ambientes urbanos e rurais.
Acreditando que ninguém conhece mais sobre o fazer específico de cada empreendimento que os próprios trabalhadores, a Incubadora tinha um olhar cuidadoso ao tratar da multiplicação do conhecimento entre os membros como parte do método de incubação. Auxiliavam os empreendimentos a horizontalizarem seus saberes por meio do compartilhamento de tabelas, documentos escritos, livros, aulas, seminários, vídeos produzidos pela Incubadora e outros parceiros. Os saberes dos professores-trabalhadores da universidade têm o mesmo valor que os saberes dos trabalhadores-professores, procurando garantir uma atmosfera justa e horizontal. Infelizmente esses não eram comportamentos esperados fora dali, e essa observação trazia materiais sobre como os empreendimentos poderiam se relacionar com o mundo “externo”. A experiência dava aos trabalhadores e trabalhadoras a oportunidade de olharem para si confiando em seu saber, desencadeando uma série de comportamentos solidários e autoconfiança para não se tornarem vítimas de pessoas que não os valorizassem como deveriam.
Deixo uma citação e alguns links de coletividades para você dar uma olhadinha. Vale a pena conhecer outras iniciativas que fogem do nosso dia a dia.
“A autogestão tem como mérito principal não a eficiência econômica (necessária em si), mas o desenvolvimento humano que proporciona aos praticantes. Participar das discussões e de decisões do coletivo ao qual se está associado educa e conscientiza, tornando a pessoa mais realizada, autoconfiante e segura.” Paul Singer, 2002, p. 21.
CONSULTA
Paul Singer | www.numiecosol.ufscar.br/documentos/textos-economia-solidaria/introducao-a-es_paul-singer
NuMI/EcoSol – UFSCar | www.numiecosol.ufscar.br
Instituto Banco Palmas | www.institutobancopalmas.org/manifesto-20-anos-banco-palmas
Cooperativa Central de Apoio ao sistema EcoSol no Distrito Federal| www.ecosolbasebrasilia.com.br/index.php/economia-solidaria/empreendimento-solidario
GLOSSÁRIO
O cooperativismo fornece um modelo de organização aberta e democrática, adequada aos interesses dos trabalhadores, seja para produção, crédito, comercialização ou serviços.
A autogestão estabelece a qualidade democrática das relações de gestão e trabalho, adequada aos interesses dos trabalhadores, seja em cooperativas, organizações sociais ou empresas estatais.
A economia solidária se constitui como um campo filosófico, político, social e econômico mais adequado aos interesses dos trabalhadores, visto que nela os trabalhadores empregam os meios de produção, comercialização e crédito em função de seus interesses.
Fonte: http://unisolbrasil.org.br
Você sabia?
* No portal do Sebrae você pode acessar diversos cursos, notícias e eventos: empreendedorismo, planejamento, inovação, cooperação, entre outros. Tudo on-line e o melhor, totalmente gratuito! 🙂 Acesse: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/
* Mais de 1 bilhão de pessoas estão ligadas ao cooperativismo. É aproximadamente um sétimo da população mundial.
* Aproximadamente 60% das residências privadas da Finlândia foram construídas por cooperativas.
* Existe no Rio de Janeiro uma Cooperativa de Produção e Gerenciamento de Energias Renováveis, no Morro da Babilônia [revolusolar.wordpress.com]. No mesmo local havia uma Cooperativa de Reflorestamento, mas não encontrei dados confiáveis de que ela ainda esteja em funcionamento. Se você for ao Rio e descobrir, me conte!
* Para o filósofo Aristóteles (384 a.C.–322 a.C.), cidadania é a “capacidade de participar na administração da justiça e no governo”, e o cidadão, usufruindo de toda a sua autonomia e liberdade, poderia criar leis que beneficiassem toda a comunidade. O homem político e a cidade são um conjunto indissociável. Bonito, não é? Só vale lembrar que escravos e estrangeiros não tinham essas capacidades. Nem as mulheres. Opa, na trave!
Aconteceu
AÇÕES PARA A CIDADANIA – MODOS DE LIDAR COM A ALTERIDADE
Falando em coletividade, a artista, pesquisadora e professora livre-docente Christine Greiner esteve no Sesc Vila Mariana discutindo alteridade. Quatro encontros marcam as formas de exercitar e refletir o olhar para e sobre o outro, buscando construir, por meio do curso, um panorama multicultural baseado em diferentes linguagens, como teatro, performance, literatura e cinema. Cada encontro puxa um tema.
Quatro encontros maravilhosos a preços populares. Vale a pena dar uma olhadinha na temática.
sescsp.org.br/aulas/156153_MODOS+DE+LIDAR+COM+A+ALTERIDADE
Terças-feiras, de 12/06 a 03/07, 19h30 às 21h30
MODA LIMPA
Este site te ajuda a encontrar fornecedores éticos de alimentos, roupas, educação, que trabalhem com materiais orgânicos, biodegradáveis, com reciclagem, entre outros. O bacana é que também tem curso e prestação de serviço, e a parte ruim é que o mecanismo de pesquisas ainda está em testes. Mas dá pra correr a lista, clicar na tag escolhida e encontrar algo do seu interesse. A certificação é a indicação de outros usuários da página; você também pode indicar algum fornecedor de qualquer área.
Fica o site: modalimpa.com.br
Arte em vo-C
Gosta de escrever poesia? E de dançar, atuar, pintar? A partir das próximas edições, esta seção será exclusiva para textos dos nossos leitores! Envie o seu material com o seu nome (ou pseudônimo, fique à vontade!) para que a gente publique e compartilhe na revista e em nossas mídias sociais. Todos têm arte fruindo nas veias, que tal mostrá-la para o mundo? Estamos a um clique de distância. 🙂
[email protected]
Priscila Pires (@priscilahbc)
Convidaram-me para ficar nesta casa
e já posso ver meu futuro
Vivo cada momento intensamente
o vento bom da varanda o acordar com
os pássaros as tardes preguiçosas cochilando
no quintal
(numa cadeira de praia que alguém esqueceu
de buscar e ficou)
entre
lençóis estendidos no varal
a busca
Gledson Martins
O mundo é natureza
Natureza é energia
Vida é energia
Energia é potência
Potência é energia que é vida
Vida é potência
Que é energia
Que varia
Variação de energia
Variação de potência
Na vida, no corpo
Potência, energia, vida, varia
Variação de energia é sentida
Sentimentos, variação de potência, de vida
Vida boa, vida farta, vida potente, vida alegre
Para buscar alegria, potência, energia, vida
Saber o que causa alegria, potência, energia, vida
Saber é conhecer, pensar
Penso na minha alegria, na minha potência
Penso para achar no mundo
Para achar, um verbo: procurar
Procurar requer movimento: tempo
Vida é movimento no tempo
Para procurar mais vida
Mais energia
Mais potência
Mas pra isso… liberdade
Liberdade pra me movimentar no tempo
Liberdade pra eu me movimentar à procura
Procurando energia
Procurando vida
Achei alegria
Ela está na minha frente
Está sorrindo
Eu achei a alegria no mundo, ela está no teu sorriso
Me alegro, porque o mundo não existe
O que vejo, o mundo que é
É só o reflexo dele projetado dentro da minha cabeça
Vejo alegria em ti
E tu estás no mundo
O mundo está na minha cabeça
Tua alegria está dentro da minha cabeça
Dentro de mim, no meu corpo
Te vejo, alegria, e ela está em mim
Tenho alegria em mim
Tenho energia em mim
Tenho potência em mim
Tenho vida em mim
Amor
Amor pelo sorriso
Amor pelo movimento
Amor pelo tempo
Amor pelo corpo
Amor pela procura
Amor pelos encontros
Amor pela liberdade
Amor pela alegria
Pela tua presença
No meu mundo
Tua presença alegre
Porque tua presença alegre
É tua presença com vida
Com potência
Porque não posso te amar na morte
Na morte não há sentimento
Não há variação
Sem potência
Sem energia
Sem vida
Só posso te amar na vida
Com energia
Com potência
Com alegria
Alegria e amor, encontradas pela liberdade
[pensamentos]
Mainá Santana (@mainassantos)
Procuro alguém pra olhar para um lado da Augusta enquanto olho o outro. Vamos atravessá-la com o sinal fechado, a gente fala “deu” e vai. Tem poucas pessoas no mundo que dá pra confiar assim.