Por Clóvis de Barros Filho

Vivo em um palhaço no ocaso.
Já bem meia boca de ofício.
Que só palhaça quando chamado, na contusão da primeira estrela.
Regalo, em palavrório distraído, risos de vitrina arranhada.
Desses com alma escassa que pegam tão bem.
Ofereço inferioridade em tapete, onde pisoteados de estirpe por uma vez pisarão.
De choro, temor e tristeza, mas também de sonhos e luz ao primeiro quarto da lua minguante.
Eis do que sou feito.
De nada, nada que resista à segunda palma.
Ou a um suco azedo de abacaxi.
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