Concreto o peso das formas
Gestos, manias, acento
Concreta a certeza do outrora
O peso do silêncio, o lamento
Há um contorno na reta
No brilho imoral da paisagem
Concreta é a construção
Cinza que colore a passagem
Os corpos se juntam no frio
Num canto aguardo amanhã
Concreta a luz do abandono
Loucura: esquecimento da gente sã
Avesso ao passo pro cartão
Ao bloco de notas vazio
O pulso do senhor patrão
Os corpos se juntam no frio
Há um contorno na reta
Há o espaço pra velhas normas
Cabe o agora pintar
Rupestre em velhas formas
Concreta a estátua viva
Concreta a máscara da indiferença
A ausência do olhar da gente
Enquadramento pra foto da indecência
Concreto o peso das formas
Formas e seu peso concreto
Concreto o jeito das normas
Normas nas curvas do reto