Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
Ensinavam os filósofos gregos que o fim último da ética é a eudaimonia. O famoso conceito grego define nossa busca pelo Supremo Bem — em outras palavras, por uma vida orientada pelas ações que sejam em si mesmas boas.
Para Aristóteles, todos os seres possuem uma função natural e o homem não seria uma exceção. As escolhas virtuosas devem se orientar pela busca da adequação entre o que fazemos e o nosso sentimento de bem-estar; como o sábio artesão que faz escolhas pessoais e profissionais que contribuam para que ele trabalhe bem naquilo que gosta.
Os epicuristas ensinavam que a busca pela felicidade só seria possível se nos orientássemos pela busca dos prazeres como valor. Se toda ação é movida pelo desejo ou pela ausência de dor, caberia então refletir quais os desejos e receios seriam bons para nós e quais não seriam.
Já os estoicos ensinavam que o caminho da boa vida é mais racional que prazeroso. Eles diziam que a boa ação deveria ser orientada para evitar as tristezas e preservar a alegria. As pessoas felizes viveriam a própria vida e as cronicamente tristes seriam moralmente desorientadas e viveriam estendendo suas infelicidades para os outros através de ações reprováveis.
Para muitos filósofos, a ética se insere na jornada existencial das pessoas sábias pela busca de uma vida prazerosa e alegre.
Miniensaios de Filosofia, volume: Ética, Medo & Esperança, capítulo I, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
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