Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
Existir nos define. Eis a máxima existencialista. O ser está intimamente ligado ao agir. Nossas atitudes mostram para nós e para o mundo quem realmente somos. Nossos atos superam o nosso discurso ou o marketing pessoal que possamos fazer sobre nós mesmos.
A existência precede a essência, dito consagrado por Sartre, revelava que , para ele, nós primeiro agimos para somente depois virarmos aquilo que somos. Mas será que realmente é assim?
O raciocínio é válido para quem se propõe a observar a ação humana. Afinal, uma coisa é um homem que se diz corajoso, ou que conta suas histórias de bravura, e outra coisa é a atitude deste mesmo homem quando em face ao perigo. Neste momento ele poderá ser consonante com seu discurso ou frustrar-se com sua ação — ou inação. Em situações cruciais da vida não podemos jogar a culpa nos outros ou desviar-nos por meio de desculpas. Somos totalmente responsabilizados pelos nossos atos. E então mostramos, ao agir, nossa essência, deixando claro quem realmente somos.
Mas a perspectiva existencialista ultrapassa até mesmo a simplificação de que existimos através de nossos atos: existimos através de nossas escolhas. E somos frutos e senhores daquilo que escolhemos: somos senhores de nossa liberdade. Somos um fluxo constante do qual não podemos escapar. Estamos presos ao paradoxo de existir.
Miniensaios de Filosofia, volume: Amor, Existência & Morte, capítulo II, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
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