Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
É possível mensurar o amor? Num relacionamento, quem ama mais, amado ou amante? Qual dos irmãos é o preferido pela mãe?
Meu coração é do tamanho de um trem. Amo você daqui até o infinito. Ele me largou porque não me amava tanto quanto eu o amava. Ouvimos frases como essas o tempo todo, aproximando o amor da matemática. Ou da geografia: crianças brincam com suas mães para decidir quem tem o amor maior: as comparam com distâncias. E quando o amor atinge o tamanho do Sol, a brincadeira vai ficando mais divertida: amor e astronomia. Fãs competem entre si para saber quem tem maior devoção pelo artista predileto, e se um diz que é fã número um, o outro responde: eu sou fã número zero! Amor é questão de ordem!
Amor, substantivo abstrato, é invisível para quem não o sente. E inalcançável para quem não o recebe. A única coisa que poderíamos medir, porque podemos observar, seriam os comportamentos. Mas como garantir que certos comportamentos são manifestações de amor? Ou como garantir que certas ausências corresponderiam à ausência de amor?
Para o amor não há garantias. Para o amor não há medidas. O amor é mistério.
Miniensaios de Filosofia, volume: Amor, Existência & Morte, cap. XX, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
contato: [email protected]