Por Arthur Meucci e Flávio Tonnetti
A eperança de acabar com os corruptos no sistema político é vã. A corrupção é um sintoma e não a causa do mal. A caça aos dirigentes desonestos é somente um analgésico qua alivia a dor, um simples paliativo.
Corrupção tem origem latina: corruptio significa romper e onis significa unidade — acabar com o todo, deteriorar um ser. Penalidades severas eram administradas àqueles que comprometiam o bem-estar de seus compatriotas em nome dos próprios interesses. Um crime contra o próximo, contra a humanidade.
Por causa da corrupção pessoas morrem em hospitais. Crianças não são educadas corretamente. O transporte público se torna pouco eficiente. A segurança pública, frente à precariedade, inexiste. Cidadãos excluídos de uma democracia que só existe no papel.
Mas por que esperança vã? Por buscarmos punir os corruptos e ignorarmos sua causa: os corruptores. Aqueles que buscam aliciar os homens públicos propondo e aceitando subornos, fraudando licitações, pedindo privilégios, aceitando favores pessoais em troca de benefícios públicos e, principalmente, sonegando impostos.
Quem não paga ao Estado fica devendo à sociedade, pois sobrecattegam aqueles que pagam. Utilizam benefícios públicos, mas não contribuem.
Corrupto é também aquele que descobre, mas não denuncia. Torna-se cúmplice desta desumanidade por interesse ou covardia.
A esperança de honestidade pública desaparece com os cidadãos, principalmente corruptores.
Miniensaios de Filosofia, volume: Ética, Medo & Esperança, cap. XVIII, editora Vozes, 2013.
Arthur Meucci
Bacharel, Licenciado Pleno e mestre em Filosofia pela Universidade de São Paulo, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Extensão em Filosofia do Cinema pelo COGEAE/PUC. Possuí formação em Psicanálise; Professor Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Flávio Tonnetti
Bacharel e mestre em Filosofia pela USP, doutor em Educação pela mesma instituição, com tese sobre educação e tecnologia.
Professor da Universidade Federal de Viçosa.
contato: [email protected]
