Por Anderson Borges Costa
O que diz o silêncio? O estado de quem se cala é a privação, voluntária ou não, de manifestar os pensamentos e sentimentos. O silêncio é fuga; o silêncio dói. O silêncio soa alto o ruído do qual queremos fugir. O silêncio cala; o silêncio cola. É em um silêncio ruidoso que se assiste, colado à tela, a um dos maiores filmes de suspense, drama e terror da história do cinema americano: O Silêncio dos Inocentes.
O personagem mais temido do filme é o doutor Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), um psicopata condenado à prisão perpétua há oito anos por nove assassinatos. Com refinado gosto artístico, apreciador de música clássica e de bons vinhos, Hannibal, além de assassinar, come suas vítimas. O canibal, no entanto, é a figura-chave para que o FBI descubra quem é o assassino em série que busca há algum tempo: um homem conhecido como Buffalo Bill (Ted Levine), que está solto — sequestrando, torturando e matando mulheres.
O FBI acredita que Buffalo foi, no passado, paciente clínico do doutor Lecter e que o canibal poderá revelar o perfil psicológico de Buffalo Bill. Para isso, entrega à jovem agente do FBI Clarice Starling (Jodie Foster) a tarefa de fazer com que o inteligente e perspicaz doutor Lecter colabore com a polícia fornecendo informações sobre Buffalo Bill.
Com atuações impactantes de Hopkins e de Jodie Foster (ambos levaram o Oscar de atores principais pelo filme), assistir a O Silêncio dos Inocentes é uma experiência única. O filme faz o espectador se esquecer até de pegar a pipoca do pacote, para não perder um segundo da trama. Recomendo uma leve ceia antes de se sentar para ver este que é um dos grandes filmes de suspense — um drama que ficará na lembrança (e o gosto, na boca) por algumas refeições. Segure-se no sofá, pois cinema é movimento.
O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs, 1991)
Direção: Jonathan Demme
Estados Unidos
Elenco: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Ted Levine
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Anderson Borges Costa
Formado e pós-graduado em Letras (Português/Inglês/Alemão) pela Universidade de São Paulo. Professor de Português e Literatura na Escola Internacional St. Nicholas. Escritor, autor dos romances Professoras, Rua Direita e Avenida Paulista, 22, do livro de contos O livro que não escrevi e de peças teatrais.
