Por Ronaldo Campos

Continuação da história da administração japonesas.

O sistema Just-in-Time (Jit) foi criado pela Toyota Motor Corporation em 1940. Nesse sistema, as peças são transportadas para a linha de produção apenas no “exato momento” (just-in-time) de sua utilização – não sendo necessário manter estoque e, consequentemente, são minimizadasa as manipulações das peças .

A ideia de produção Just-in-Time foi tida como um grande desafio, já que vinha na contramão do sistema tradicional de produção japonesa. Mas, mesmo assim, a Toyota implantou o Jit, pois sabia para se tornar mundialmente competitiva, seria preciso fabricar automóveis de altíssima qualidade e vendê-los a preços baixos.

Segundo Yasuhiro Monden, Jit é definido da seguinte maneira: “Unidades necessárias, em quantidades necessárias e no tempo necessário”. Portanto, Jit significa que no processo de montagem, as peças e os componentes devem estar disponíveis na linha de produção apenas no momento exato de sua utilização. Desse modo, se o Jit for expandido completamente na organização, os inventários serão eliminados, tornando o almoxarifado e o estoque desnecessários, consequentemente, reduzindo o custo de produção e aumentando o capital de giro.

Não é simples a implantação do Jit, pois exige a criação de um sistema central que interligue toda linha de montagem. A Toyota desenvolveu seu próprio sistema, catalogando as milhares de peças e o tempo necessário para que cada uma fosse utilizada na montagem do veículo. A pulo do gato para o funcionamento do Jit foi “monitorar” o processo precedente quanto à utilização das peças e o tempo necessário de montagem. Para isso desenvolveram um pequeno cartão chamado Kanban que é enviado para os colaboradores situados nas estações precedentes, informando a quantidade e o tempo necessário das peças que serão utilizados na próxima etapa da linha de montagem.

Para o funcionamento do Jit alguns traços culturais precisaram ser trabalhados, tais como: mudança na mentalidade da alta e média gerência, buscando a administração por consenso; dar abertura para que todos os trabalhadores participem do processo; delegação de mais responsabilidade a todos os níveis da organização; criação de um programa de motivação, por exemplo, CCQ; e, programas de retenção dos melhores talentos.

Se esses princípios culturais forem aceitos, haverá uma grande probabilidade de sucesso de implantação do Jit na administração e a linha de produção deve a todos instante desenvolver e criar atividades que adicionem valor ao produto,

No próximo artigo falaremos sobre o Kanban.


Foto de Beth Macdonald/Unsplash

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